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Fui a histórica Bienal do Rio e ninguém vai nos censurar



Oi, gente!

Depois de um longo tempo sem publicar nenhuma postagem no blog, resolvi voltar e em um momento bem importante para a história da literatura no Brasil.

Neste último final de semana, 7 e 8 de setembro, aconteceu a edição de 2019 da Bienal do Rio. Eu escolhi o sábado para visitar a maior feira de livros do país. Acabou que foi exatamente o dia que se tornou histórico para o evento e importantíssimo para a liberdade de expressão no nosso país. Mas deste assunto eu falo depois. Primeiro, quero compartilhar com vocês o que eu achei da organização desta Bienal.


Eu comprei o meu ingresso antecipadamente pela internet e isso me poupou de enfrentar uma fila gigante. Acredito que muitas pessoas decidiram ir a Bienal em cima da hora, por conta de toda a polêmica que aconteceu, envolvendo a tentativa de censura a livros, e isso fez com que a entrada ficasse lotada de gente esperando a sua vez de comprar o seu passe para a feira. Eu, por ter me antecipado, entrei muito rápido. 

Cheguei cedo, cerca de 12:00 horas. O local estava cheio, porém refrigerado. Resolvi lanchar primeiro. As praças de alimentação tinham variedades de restaurantes e lanchonetes. Para todos os gostos. 

Ao terminar o lanche, fomos dar uma volta e visitar alguns estandes. Foi neste momento que fomos pegos de surpresa. A Bienal encheu muito rapidamente e as pessoas apareciam como mágica. Para se locomover ou passar de um pavilhão para outro foi um pouco complicado no inicio. 

Tudo isso se devido a polêmica que o Prefeito da cidade do Rio de Janeiro causou ao resolver recolher todos os exemplares de “Vingadores: Cruzada das Crianças”. O motivo: tinha uma ilustração dentro do livro que retratava um beijo de dois personagens gays. Com uma clara demonstração de preconceito e abuso de poder, a tentativa foi um fracasso, pois provocou um efeito contrário e todos os "polêmicos" gibis se esgotaram em instantes.


Para completar, o famoso youtube e empresário Felipe Neto apoiou o movimento sem censura, comprou 14 mil livros com temática LGBT e anunciou a distribuição no dia em que eu estava lá. Resultado: muitas pessoas foram buscar o seu livro, como forma de protesto contra a atitude retrograda do Prefeito. Foi realmente lindo ver as pessoas unidas lutando pela não censura e contra o preconceito.
A fila de distribuição não diminuía, pois a todo momento mais pessoas chegavam. Apesar disso, a entrega dos exemplares doado por Felipe aconteceu de forma bem rápida.

Eu, claro, peguei o meu. O livro veio sarcasticamente enrolado em um saco preto com uma etiqueta que dizia "este livro é impróprio para pessoas atrasadas, retrógradas e preconceituosas.". Os 14 mil livros foram entregues, mesmo com mais tentativas de censura por parte da prefeitura, e a Bienal teve recorde de vendas e de público em um momento de crise no país e no mercado editorial.


Preciso parabenizar a organização do evento. Acredito que ninguém esperava por este número gigantesco de visitantes, mas eles conseguiram tornar o ambiente confortável e ordenado dentro do possível. Filas eram formadas, saídas alternativas foram improvisadas, o ar-condicionado fez o seu trabalho e todo mundo saiu feliz e vitorioso desta histórica edição da Bienal. O bem, a liberdade e o amor venceram! 

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