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Resenha: Reiniciados - Teri Terry


"Reiniciados" é o primeiro livro de sua trilogia homônima, escrita por Terri Terry e lançado no Brasil pela Editora Farol Literário.

Nesta distopia conhecemos Kyla, uma jovem de 16 anos que fora reiniciada, o que significa ter todas as suas lembranças apagadas. Este método foi adotado pelo governo, afim de dar uma segunda chance para criminosos e pessoas agressivas. Nesta nova fase, os reiniciados ganham um relógio, de nome "nivo", que mede os níveis de adrenalina. Então, quando eles estão felizes os níveis tendem a subir. Quando acontece o contrário, os níveis caem, causando mal estar, desmaios e podendo levar a morte.

Depois de uma adaptação em um Centro Médico, os reiniciados ganham uma família adotiva e vão reaprendendo a viver. É o que acontece com Kyla, que ganha pais novos e uma irmã.
Amy é também uma reiniciada e logo de cara se dá bem com a nova irmã. Já os pais demonstram uma pitada de mistério. Sua nova mãe é um pouco fria e seu novo pai tem um trabalho misterioso que o leva a se ausentar de casa por dias.

Para piorar, Kyla começa a ouvir vozes em sua cabeça, a fazendo acreditar que as coisas não são como querem que ela pense.

"Reiniciados" tem uma premissa muito boa. Imagine se o governo tivesse o poder de apagar a memória de pessoas consideradas perigosas, dar uma segunda chance a elas e monitorar suas emoções? Acho que se houvesse esta possibilidade, provavelmente estaríamos vivendo no universo criado por Teri.

Kyla é uma personagem carismática, apesar de não ter uma personalidade tão forte quanto a que costumamos ver em protagonistas de distopias. Eu prefiro acreditar que isso se dê por ela ser uma reiniciada. Afinal de contas, este é só o primeiro de três livros e a evolução da jovem pode acontecer nos próximos.

Narrado em primeira pessoa e pela perspectiva de Kyla, a trama é lenta e só começa a ganhar emoção nos últimos capítulos. A impressão que me deu foi a de que eu li uma sinopse gigantesca de 430 páginas. É como se a autora tivesse guardado toda a história para os próximos volumes. Talvez seja uma estratégia ou Teri não soube dividir bem a sua distopia. O gostinho de quero mais até vem, mas sem muita emoção.

"Reiniciados" tem uma ideia inicial muito boa e, por mais que a autora não tenha conseguido desenvolve-la durante este, estou esperançoso com os desdobramentos nos dois últimos livros.

Você pode até não dar nota máxima para esta distopia, mas certamente ela vai ficar na sua cabeça como as vozes estão na cabeça de Kyla.

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